Friday, August 1, 2008

Maka

Quando estamos em África, os nossos padrões de exigência alteram-se, adaptam-se e moldam-se à realidade. Há quem diga que descem, mas eu não concordo, para mim apenas se alteram.
O exemplo perfeito é a água - na tuga, se não temos água de manhã para o nosso ritual matinal, ora, "há problema". Se não há água quente... "mais problema".
Em Angola não há maka! A luz falha todos os dias... e os geradores também avariam, e como só com bomba eléctrica temos água... quando não há luz, também não há água!
Pessoalmente, o máximo que já estive sem água foram 3 dias... sem água e sem luz... mas a verdade é que não morri. Aliás, estou há uma semana sem água quente e se julgam que em Angola não há inverno, venham para cá na altura do cacimbo tomar um banhinho de água fria.
Mas afinal, não há água durante dias, não há electricidade e passam-se tempos para reparar uma pequena avaria que nos obriga ao suplício recorrente de um acordar forçadamente frio, e no entanto não há maka... então os padrões descem, ou não descem?!
A verdade é que continuo a querer ter sempre energia, quero ter sempre água a correr nos canos e quero que esta seja quente ou fria à minha descrição. Continuo a querer tudo isto. Os meus padrões não se alteraram, no entanto acabei por aceitar como inevitável que por aqui está tudo fodido e ou aceito as coisas como elas são, ou mais vale fazer as malas e ir tomar banho a Portugal.

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